Quando chega o ??ltimo dia de um determinado ano gosto de olhar para os outros onze meses e recordar aquilo que fiz e aquilo que ficou por fazer. Como sou uma pessimista nestas coisas normalmente acabo por decidir que neste ano que passou (e que agora est?? a chegar ao fim) n??o fiz nada. Que n??o aconteceu nada. Que n??o fui quem devia ser. Que n??o atingi o que queria atingir. Que n??o cumpri o que prometi. Mas depois reparo que ?? mentira.
Dois mil e catorze n??o foi o ano que descobri uma cura qualquer para uma doen??a horr??vel mas n??o foi por isso que foi um ano mau. Este ano descobri que n??o tenho paci??ncia para aguentar tretas de outras pessoas. Que n??o suporto paninhos quentes. Que reparei que o facto de n??o ter filtro e de dizer as coisas como as penso podem-me trazer coisas boas mas tamb??m bastantes situa????es embara??osas. Que continuo sem conseguir fazer arroz. Que me deparei com mais desigualidade de g??nero e que, por isso, a parte de mim que ?? feminista (no verdadeiro sentido da palavra e n??o nessas defini????es modernas feitas por mulheres que odeiam os homens) fez-se notar mais.
Foi um ano de algumas primeiras vezes, um sem n??mero de recome??os e um ponto final definitivo. N??o conheci muita gente nova mas aquela que entrou na minha vida valeu a pena: umas por uns meses que me ensinaram algumas li????es, e outras que at?? agora n??o foram a lado nenhum. Foi o ano em que a Sofia se tornou uma das minhas pessoas. Em que cumpri a promessa de regressar a Sintra. Em que me apaixonei por Lisboa em Lisboa e que jurei que ia l?? voltar em breve. Foi um ano em que sofri mais dores – f??sicas – mas que isso s?? mostrou que consigo aguentar mais do que pensava. Que n??o ?? um joelho empenado que me vai impedir de subir e descer o Chiado. Que enfardei travesseiros da Piriquita. Que apanhei a maior molha da minha vida e que gra??as a isso tive de dar numa de Super-Homem e mudar de roupa (para algo minimamente seco) numa casa-de-banho de um centro comercial. Que me aprendi a desenrascar – ainda mais – quando estou sozinha e em que n??o posso pedir ajuda a ningu??m.
Foi um ano de mudan??a. Cortei o cabelo, perdi pessoas que marcaram a minha adolesc??ncia por coisas da vida, cheguei ?? conclus??o que n??o sei usar um mapa por mais que tente, que consegui aguentar dois meses sem smarthphone e n??o morrer, que mudei de ??culos e de gradua????o e foi outro ano em que ainda n??o aprendi a andar de bicicleta.
Dois mil e catorze foi o ano onde consegui, finalmente, ter uma Lola (para quem ?? novo aqui a Lola ?? a minha DSLR) para chamar de minha. Em que mais livros comprei – e que mais livros li -, em que fui mais vezes ?? piscina, em que tentei apanhar bronze mas sem efeito, em que bebi ginger ale aos litros, que comi coisinhas boas, que aperfei??oei os meus dotes culin??rios e em que testei mais receitas novas.
Foi um ano em que tive de manter a calma. Em que mais esperei por coisas que fugiam ao meu controlo. Foi um ano de poucas dores mas as que existiram quase que me partiram ao meio. Foi o ano dos abra??os, dos beijos, de sentir amor por parte das minhas pessoas, que s??o as melhores.
Foi o ano em que consegui chegar ao fim com o cora????o inteiro (e cheio) e s?? isso devia ser comemorado porque n??o ?? tarefa f??cil. Foi o ano em que visitei v??rios s??tios bonitos. Que me sentei imensas horas em comboios, metros e autocarros. Que subi ao topo do Mundo (v??, ao ponto mais alto do Algarve). Que sorri at?? a cara, barriga e m??sculos me doerem. Que chorei pouco mas chorei bem.
Em dois mil e catorze cheguei ?? conclus??o que sou mais e maior que os meus metro e meio de gente. Que o melhor de mim ?? s?? meu e que ningu??m mo pode tirar nem levar de mim. Que continuei a devorar livros ??s d??zias. Que tentei largar o gui??o e ser mais espont??nea. Que mais dancei na cozinha e cantei em plenos pulm??es em carros com os p??s no tablier.
Dois mil e catorze passou a correr. Parece que ainda ontem estava a escrever isto referente a dois mil e treze e hoje j?? c?? estamos outra vez. Foi do cara??as. Foi espectacular. Foi uma aventura e uma esp??cie de corrida contra o tempo que passava t??o r??pido.
At?? logo, dois mil e quinze.
Sofia diz
Para 2015: Lisboa outra vez MAS sem molhas e sem dores no joelho.
?? uma honra fazer parte "das tuas pessoas"…se bem que isso n??o ?? muito positivo para ti, dada a minha sanidade mental. Mas v??, c?? estarei em 2015 para te tirar a paci??ncia, as always. ???
In??s Silva diz
Gostei imenso de ver as tuas fotos mais pessoais, especialmente sendo este um dos blogs que mais gosto 🙂
A Gata de Saltos Altos diz
Que 2015 te traga muitos sorrisos e o essencial para seres feliz.
Gostei imenso das fotos. =)
Beijinho e um bom ano novo.
http://agatadesaltosaltos.blogspot.pt/
Maggie Blogger diz
Que em 2015 te divirtas tanto ou mais que em 2014.
Que sejas muito feliz com tudo aquilo que 2015 te trouxer.
Beijinhos e Bom Ano!
Ana Castilho diz
happy new year! 🙂 desejo-te um 2015 cheio de coisas boas 🙂
xoxo
http://myheartaintabrain.blogspot.pt/
Margarida Ribeiro e Silva diz
Garc??s da minha vidinha, ??s das mi??das mais genu??nas que conhe??o e ?? o que mais adoro em ti! Estes teus registos fotogr??ficos deixam transparecer aquilo que ??s e fazem ainda mais sentido depois de te ter conhecido 🙂 Que tenhas um ??ptimo 2015, cheio de boas surpresas ???
The Conscience Manifesto diz
o/ podemos fundar o clube do joelho empenado
Catarina S. diz
Feliz Ano Novo!
Beijinhos*
Treze Mundos