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pessoal · 11/09/2019

Adeus amor, adeus, até um dia

Quando há quatro anos recebi aquele e-mail a dizer que tinha sido aceite na Universidade de Évora não sabia bem no que me ia meter. Tinha uma ligeira ideia de como era a cidade devido a uma visita de estudo com sete anos à Capela dos Ossos que me marcou para o resto da vida mas, a realidade, revelou-se diferente.

Évora foi um porto seguro de tranquilidade e animação. Tem tudo para todos: a animação de Lisboa em dias académicos e a calma do Algarve aos fins-de-semana de Inverno. Évora foi família. Foi trabalho árduo, foi sangue, suor e lágrimas. Foi crescer. Évora foi tudo aquilo que eu precisava que fosse e mais um bocadinho. É estranho como vistas bem as coisas eu não sou de lado nenhum mas acabo sempre por deixar um pouco de mim em todo o lado.

Quando recebi a chamada a me convidarem a ir trabalhar para o Hospital de Cascais e eu aceitei, demorei um bocadinho a compreender o que isso implicaria. Só mais tarde, enquanto metia toda a minha vida em malas (pela última vez, nem que seja por agora) é que compreendi o que iria deixar para trás.

Nunca pensei que deixar Évora me fosse custar tanto, sobretudo porque tenho memórias e histórias em basicamente todos os locais daquela cidade, seja pela faculdade ou pelo lado pessoal da coisa. Évora sempre será aquele cobertor quentinho, numa noite a ver as constelações no Alto de São Bento.

Foram quatro anos, quatro casas, muita coisa perdida entre mudanças, mas uma Ana diferente daquela que em dois mil e quinze pisou pela primeira vez a cidade que se ia tornar um bocadinho dela sem saber.

Na minha vida sinto que pertenci a três lugares, mas tenho um amor especial por Évora por tudo aquilo que me tornei e conquistei por lá.

Voltarei. Não com a frequência com que queria mas sempre que possível. Voltarei um dia, e quem sabe de maneira mais permanente. Como diz a Carolina Deslandes numa das suas muitas músicas: adeus amor adeus, até um dia. Foi incrível pertencer-te durante quatro anos.

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Publicado em: pessoal

Comentários

  1. Bruna Reis diz

    14/09/2019 em 19:57

    As tuas fotografias emanam sempre qualquer coisa de especial..

    Responder
    • Ana Garcês diz

      03/10/2019 em 11:22

      Gosto tanto de ler isso! Sobretudo porque quero que as minhas fotografias contem histórias e não sejam só “bonitinhas” ou da minha fronha!
      Obrigada!

      Responder
  2. Tim diz

    28/09/2019 em 20:23

    Ai rapariga, pq é que tiras fotos tão bonitas

    Responder
    • Ana Garcês diz

      03/10/2019 em 11:21

      Ai, vou considerar isso um elogio para lá de bom!

      Responder
  3. Ines | Wit Konijn diz

    01/10/2019 em 13:20

    Adoro Évora, que por sinal também conheci numa visita de estudo, e tenho pena de não voltar lá com mais frequência.
    Que esta mudança te traga muitas felicidades!

    Responder
    • Ana Garcês diz

      03/10/2019 em 11:22

      Évora é, para mim, aquele sítio muito simpático em que te sentes em casa mesmo que seja por um dia. Sinto-lhe mais a falta do que estava à espera.

      Obrigada!

      Responder

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"O infinito é a tua casa, o sítio onde podes andar descalça e seres tu própria sem medos, até nos dias em que não usas batom. É um sítio onde podes escrever sobre o que te apaixona e o que te move, de A a infinito" - SCL

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ISBN: 9781474921329
Editora: Usborne Publishing
Actualmente em: 28/100%
Ando há uns dias a tentar perceber como escrever Ando há uns dias a tentar perceber como escrever esta publicação. Não é nada de mal (antes pelo contrário) mas é difícil. É difícil porque despedi-me do sítio onde estava e abracei outro desafio profissional.

Podia fazer uma lista de tudo o que havia de mal no sítio onde estava e que me fez querer sair, mas sinto que não ia acrescentar nada. Toda a gente tem os seus motivos para se manter (ou sair) dos sítios e das situações e não é preciso meter mais o dedo na ferida. Os meus motivos são os meus motivos e, no fim do dia, apesar de ter sido uma decisão que me deixou o coração do tamanho de uma ervilha pelas pessoas que por lá deixo… foi a melhor coisa que consegui fazer por mim.

Saio dali só com as memórias boas (que foram tantas!) e esquecer aquilo que não me acrescenta. Saio mais crescida.

O serviço de obstetrícia de onde saio foi o primeiro serviço que me acolheu fresca e acabadinha de sair da faculdade. Ao longo destes três anos, trabalhei 5790h ao lado das minhas colegas. Passei mais tempo entre aquelas quatros paredes do que na minha própria casa. Elas foram a minha segunda família quando não tinha a minha perto de mim para me dar o colo que precisava.

Deixo aquele serviço sem certezas de nada. Não sei se vai ser melhor para onde vou, mas diferente vai ser de certeza. E às vezes é só isso que precisamos. Que se lembrem que as pessoas merecem ser felizes no local onde trabalham.

Vou ter saudades de muita coisa e deste sítio que me deu estofo como enfermeira, sobretudo das pessoas. Vou sentir falta das rotinas já conhecia, dos cantos à casa que já sabia de cor e dos nomes que não tinha de me concentrar para me lembrar. Mas não vou ter saudades dos abusos.

Obrigada, a todas, por me tirarem o medo, mas nunca me terem tirado a voz. Obrigada por gostarem muito de mim, por me deixarem crescer de forma graciosa e completa, por me verem como sou e por me deixarem ser. Por me terem limpo as lágrimas muitas vezes e ajudado nas minhas dores tantas outras.

Continuarei a ser a Ana do puerpério (mas agora noutro serviço) porque é mesmo aquilo que gosto de fazer. Vou é espalhar as minhas purpurinas para outro lado ✨

Da vossa sempre, e (agora) elfo livre,
Enfª Ana
A fotografia oficial das vinte e nove voltas ao so A fotografia oficial das vinte e nove voltas ao sol — com um bolo improvisado de panquecas, brunch, companhia de quem mais gosto e, no geral, um dia muito muito feliz.

Gosto muito de nascer em Junho — 10/10 recomendariam 😂

Que este último ano dos vintes sejam tudo aquilo que quero deles, até agora já tem sido — e só tenho 29 anos há 48h 😌
A dar o pontapé de saída no meu primeiro dia de A dar o pontapé de saída no meu primeiro dia de férias com uma fotografia — em analógico — da minha última viagem: Milão. Não resisto 😌
12 DE MAIO E O DIA INTERNACIONAL DO ENFERMEIRO Pa 12 DE MAIO E O DIA INTERNACIONAL DO ENFERMEIRO

Parece um bocadinho ridículo, mas se me perguntarem o que me via a fazer na vida sem ser enfermeira, a minha resposta provavelmente seria “nada”. É estranho porque tenho inúmeros interesses mas sempre que penso em estudar outra coisa que não isto, não consigo ver-me nesse papel. No de enfermeira sempre me vi.

Tenho uma série de defeitos, no entanto os que não me faltam são a boa disposição, o saber que dou o que tenho e não tenho para prestar os melhores cuidados possíveis e o saber que, no fim do dia, fiquei satisfeita com o que fiz.

Gostava de não trabalhar tanto. Que me respeitassem mais. Que me remunerassem melhor tendo em conta a responsabilidade que tenho em mãos. Gostava também de reclamar menos, mas vou continuar a reclamar sempre que encontrar alguma coisa com que não concordo. Porque acredito que esta enfermagem de nova geração vai trazer uma mudança bem precisa ao panorama. 

Vou aprendendo a ser um bocadinho melhor enfermeira todos os dias graças à equipa que tenho comigo, aos que já se foram do meu serviço, aos neonatologistas e também às obstetras. Estes dois últimos a prova que confiam nas nossas tomadas de decisão em equipa multidisciplinar para atingirmos os melhores resultados para aquela mãe e bebé. Tenho sorte, muita!

Não sei se vou ser enfermeira para o resto da vida, mas enquanto os pontos positivos ganharem sobre os pontos negativos vou continuar a batalhar por isto, porque acho que vale a pena. Tão certo como continuar a usar meias com padrão (e criar todo um movimento) e ter as canetas mais pirosas do meu serviço ao ponto de toda a gente saber que são minhas. 

Só precisamos que nos oiçam, que não queremos prejudicar ninguém — antes pelo contrário.

Aos colegas, aos aspirantes e aos simpatizantes — obrigada por tudo! Obrigada pelos ensinamentos que transmitimos uns aos outros. Peço desculpa pelas faltas nos eventos importantes, por passar mais tempo a dormir que acordada, por ter rotinas estranhas e comer a horas impróprias. Mas não me vejo mesmo a fazer outra coisa ❤️
Gosto de andar de comboio e sair no Estoril. Mais Gosto de andar de comboio e sair no Estoril. Mais não seja para ver isto muitas vezes 😌
Que nunca nos falte Abril 🌹 Que nunca nos falte Abril 🌹
Uma coisa que gostei de fazer com o @mario_monginh Uma coisa que gostei de fazer com o @mario_monginho quando fomos a Berlim foi desafiá-lo a andar com uma máquina fotográfica analógica e registar as coisas através dos olhos dele — da mesma forma que eu fiz com a minha. Comprámos um par de máquinas numa loja chamada DB e que custaram €5,99 cada uma e… não só adorei as cores como os resultados.
Este foi um dos registos que o Mário fez, à saída da casa do @iuriportalegre e da @_melinxiaoxue_ no último dia lá e que mais gostei. Não sei porquê mas há qualquer coisa nesta fotografia! E uma das coisas que gosto da fotografia analógica é não só os momentos cândidos que apanha, como também a nossa vontade de os registar de forma orgânica!

Em breve conto-vos mais sobre isto!

📷: @mario_monginho

 

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