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Uncategorized · 11/07/2016

Her??is do Mar

Em dois mil e quatro tinha onze anos e n??o entendia nada de futebol (continuo sem entender grande coisa, na verdade).  Esse ano foi o primeiro em que vi a Selec????o a jogar e em que chorei quando perdemos com a Gr??cia.
Desde da?? nunca mais me sentei para ver um jogo at?? ao fim. N??o estou a exagerar. De dois mil e quatro a dois mil e quinze se vi, num total dos Europeus e Mundiais a que fomos, uns quarenta e cinco minutos de jogos (e n??o seguidos) foi muito.

N??o digo que fiquei com trauma, nada disso. Mas sofri. E lembro-me que na altura – no alto da sabedoria dos meus onze anos – prometi a mim mesma que nunca mais ia gostar de nada ao ponto de me fazer chorar. N??o aconteceu bem assim, mas mantive a promessa no futebol.

Este ano foi diferente. Alguma coisa em mim me disse que a Selec????o merecia que eu visse pelo menos um jogo do in??cio ao fim – e assim foi. Vi o primeiro e empat??mos. E os outros dois a seguir tamb??m. Nunca vibrei com futebol e acho que ?? devido ao facto de n??o ter propriamente um clube. Acabo por simpatizar com todos porque as pessoas que me s??o pr??ximas distribuem o seu apoio pelos tr??s grandes, mas este ano vivi os jogos como nunca com um patriotismo desmedido que sabia que tinha em mim – apenas n??o sabia onde o tinha posto.

Desde cedo que a Selec????o, como um todo, teve de se meter ?? margem dos insultos. ??ramos fracos e t??nhamos um jogo nojento. Tivemos o desplante de passar a fase de grupos sem termos ganho nem um jogo (mas tamb??m se esquecem que n??o perdemos nem um e que sempre que nos tentavam eliminar n??s ??amos l?? e respond??amos de forma eficaz). Fomos motivo de chacota por n??o conseguirmos ganhar um jogo em tempo regulamentar mas, na verdade, no mata-mata das elimina????es mat??mos sempre e nunca fomos mortos. E assim, devagar, fomos passando etapas.

Acho que n??o estou a exagerar quando digo que t??nhamos a Europa contra n??s. Neste (quase) m??s de jogos n??o houve uma ??nica voz – que n??o fossem as nossas – que nos desse apoio. A verdade ?? que sim, alguns jogos foram aborrecidos de se ver, mas ganh??mos com m??rito e n??o devido ?? nota art??stica. Fomos honestos e fizemos o nosso percurso sempre de p??s assentes na terra mas com alguma liberdade para sonhar mais, sempre mais um bocadinho.

Ontem senti verdadeiramente o sangue portugu??s a me fervilhar nas veias. Aquele sangue de conquistador de quem n??o desiste ??s primeiras adversidades. A selec????o da Fran??a mostrou como n??o se deve jogar futebol e como n??o se deve ter o Rei na barriga antes de tempo.

A estrat??gia dos advers??rios passou por eliminarem aqueles que eles consideravam ser a maior amea??a ?? vit??ria. Aos vinte e cinco minutos de jogo, o Cristiano tem de sair em bra??os (salvo seja) do jogo decisivo depois de uma entrada violenta por parte de um jogador franc??s. Iam-lhe partindo a perna e nada me garante que n??o esteja, de momento, com problemas nos meniscos ou nos ligamentos cruzados. O que eles n??o contaram foi com o aplauso dos milhares de portugueses em campo ao verem sair o seu capit??o em l??grimas e os muitos que estavam espalhados pelas ruas deste Portugal e do Mundo a fazer a mesma coisa. Ningu??m contava com todos os outros jogadores que t??nhamos em campo nem com os que t??nhamos no banco. Pensaram que, ao derrubar o Cristiano, iam fazer com que a muralha de uma Na????o come??asse a sentir fraquezas. Enganaram-se.

At?? ??quele momento qualquer celebra????o de portugueses no est??dio Saint-Dennis era abafada pelos adeptos franceses que rejubilaram quando viram o Cristiano a chorar e assobiaram quando perceberam que ele tinha mesmo que abandonar o jogo. At?? ao momento em que a nossa voz ecoou mais alto que qualquer outra e que A Portuguesa esteve presente em Fran??a em un??ssono. Arrepiei-me toda nesses momentos e senti o cora????o inchar de orgulho. 

Este ??ltimo jogo mostrou-me que estivemos a jogar contra duas equipas e n??o uma s??: a Fran??a e a de arbitragem. Em que muitas faltas nos foram roubadas mas quando era a nossa vez ??ramos corridos a cart??o amarelo. Foi um jogo muito sofrido, com revolta em todo o lado para que me virava porque sent??amos que est??vamos a ser injusti??ados. Mas no fim ganh??mos. N??o precis??mos de lesionar ningu??m, n??o precis??mos de descer ao n??vel dos franceses que como estrat??gia s?? faltava come??arem a arrancar olhos.

E, para mim, n??o h?? nada mais po??tico que este jogo ter sido aquele que nos consagrou campe??es da Europa um m??s depois do Dia de Portugal. Mesmo com a Torre Eiffel ??s escuras como se Fran??a estivesse de luto, mesmo que nos tenham queimado bandeiras e nos tenham humilhado na imprensa. Foi uma chapada de luva branca sobretudo para aquelas pessoas que diziam que queriam ver o Cristiano a chorar, ou o Bruno Alves expulso, ou o Quaresma e o Nani lesionados. Uma chapada de luva branca (com muita for??a na cara) de pessoas que continuavam a dizer que ??ramos nojentos. N??o, n??o somos. N??o perdemos foi a classe e ??s vezes pode ser complicado compreender a diferen??a para quem vive futebol de forma doentia.

Fomos (e somos) tudo num s?? dia. E, finalmente, cumpriu-se Portugal.

[eu sei que ontem tamb??m foi um dia importante para outras modalidades, mas apeteceu-me escrever sobre futebol].

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Publicado em: Uncategorized

Comentários

  1. Ana Rita Francisco diz

    11/07/2016 em 18:20

    Mas ser?? que estamos na ??poca de meter a chorona da Ana Rita a chorar?! Chorei (tudo o que tinha) no Euro 2014, chorei ontem porque percebi (acho que todos o percebemos) o quanto o Cristiano queria estar ali e o quanto queria ajudar os colegas, chorei quando ganh??mos e durante o dia de hoje, quer por coisas que vejo na tv, ou nas redes sociais tenho chorado tamb??m. Este texto tamb??m me fez isso mas s??o todas e cada uma, l??grimas de alegria!
    Beijinhos

    http://aboemiacatita.blogspot.pt

    Responder
  2. Ana Rita Francisco diz

    11/07/2016 em 18:21

    p.s.: tinha 10 aninhos em 2014 🙂

    Responder
  3. Cl??udia M diz

    12/07/2016 em 01:41

    Concordo tanto, mas tanto Ana! Foi t??o merecido, sofremos tanto, mas conseguimos! 😉

    Responder
  4. A Polegarzinha diz

    12/07/2016 em 01:50

    Agora imagina o que ?? viver o jogo sabendo de como os emigrantes viveram este jogo! 🙂
    O meu pai foi ?? varanda e deu um berro! Deve-os ter mandado ao !"#"#$%& mas eles n??o compreendem lol
    Foi um jogo em muitos aspectos triste, mas demonstrou uma natureza que h?? muito identifiquei nos franceses. S??o politicamente correctos, gentis at??, mas no que toca a quest??es patri??ticas conseguem ser muito xen??fobos.

    Responder
  5. M??nica Rodrigues dos Santos diz

    12/07/2016 em 10:34

    Totalmente de acordo!
    Parab??ns pelo blog!

    Beijinhos ???
    M??nica Rodrigues dos Santos
    http://cupcakewomen.blogspot.pt

    Responder
  6. Catarina diz

    12/07/2016 em 12:21

    Cumpriu-se Portugal, finalmente! Merecemos tanto isto!

    Responder
  7. Ana S?? diz

    17/07/2016 em 22:05

    Para quem v?? de fora, para quem ?? emigrante quero dizer… ?? outra energia. Adorei!

    Um beijinho
    Ana C, http://www.adreamersland.com
    http://www.facebook.com/adreamersland

    Responder
  8. Ana Rita Leite diz

    20/07/2016 em 13:33

    adoro a express??o do presidente… "Bem, temos pena!" 😀
    xo, Ana Rita Leite
    WHITE DAISY

    Responder

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Um ano de Milão e de eu estar casualmente sentada Um ano de Milão e de eu estar casualmente sentada nos telhados do Duomo como quem não quer a coisa 😌
Berlim em analógico ✨ para celebrar o facto de Berlim em analógico ✨ para celebrar o facto de há um ano estar a passar um frio desgraçado na Alemanha quando estavam vinte e seis graus em Carcavelos 😌
Na minha cabeça, ainda estou à beira desta pisci Na minha cabeça, ainda estou à beira desta piscina, a meter estas pernas pálidas ao sol (e a cegar toda a gente no processo) e a viver a minha melhor vida de herdeira na @casa_lata_agroturismo 😌
Dos stories para o feed só porque gosto muito da Dos stories para o feed só porque gosto muito da composição desta fotografia — e para mostrar um momento raro de um Ruby Woo acabadinho de tirar da caixa ✨
Só para dar um ✨ ar da minha graça ✨ e dizer Só para dar um ✨ ar da minha graça ✨ e dizer que tenho estado afogada em trabalho (e mesmo assim continuo a trabalhar menos do que trabalhava), estive doente uns dias e de molho e que estou a tentar acalmar esta inquietude profissional dentro de mim — que não é uma coisa má uma vez que me obriga a pensar nos próximos passos a seguir!
A parte boa de ter uma casa para mobilar é que po A parte boa de ter uma casa para mobilar é que pode-se fazer aquilo que sempre quisemos e mostrar a nossa personalidade nas peças que escolhemos para decorar. O problema é o preço! 
(Mais alguém indignado com o preço das coisas de decoração? Não tinha a mínima noção até ter começado a ver e a procurar 😬).

Comprei este vaso de maminhas porque não aguentei e porque achei que tinha tudo a ver comigo. Aproveitei o meti-o na cómoda que levámos 6h a montar (valeu a pena) e, este canto, já se parece mais comigo. E com o que eu gosto. E acho que se vai tornar um dos favoritos. 

Passo a passo vamos lá, mas esta casa já se está a parecer com algo nosso 😌

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