OFF TOPIC | What I Learned Since I Started My ???Business???

Desde que comecei a minha pequena empresa (que, para al??m de ser microsc??pica pois a ??nica empregada sou eu, nem sequer ?? uma empresa) que me tenho vindo a deparar com algumas situa????es para as quais julgava estar preparada. Meus amigos, n??o estava. Longe, mas mesmo longe disso. No entanto com um bocadinho de jogo de cintura e medita????o da minha parte, conseguem ser lidadas sem problemas de maior.

Mas h?? coisas que me tiram do s??rio.

1. N??O ?? ACEIT??VEL DEMORAR MESES A RESPONDER A UM E-MAIL
Isto j?? me aconteceu mais do que uma vez e n??o ??, de todo, agrad??vel. H?? pessoas que me mandam e-mail a pedir or??amento e, posso n??o responder imediatamente, mas respondo assim que o vejo. Depois disso passam-se meses at?? ter alguma resposta – se a tiver. Ainda hoje estou ?? espera de resposta a e-mails de resposta ao or??amento que propus. Seja por acharem o or??amento caro ou terem encontrado outra pessoa para vos fazer o trabalho ?? de bom tom responder ao e-mail a dizer “Lamento mas encontrei outra pessoa e vou trabalhar com ela” ou “O pre??o n??o corresponde ao que posso pagar no momento”, qualquer coisa.
N??o fico ofendida se me disserem isso, fico mais ofendida se n??o me responderem ao e-mail depois de eu ter tirado tempo do meu dia para o responder.

2. EU N??O SOU O APOIO AO CLIENTE
Sou a primeira pessoa a gostar de ajudar quem me pede mas tamb??m t??m de compreender que eu n??o sou o apoio ao cliente. Eu n??o tenho a obriga????o de resolver problemas que foram causados por outras pessoas ou outros templates. N??o esperem que eu saiba responder ao “porque ?? que o slider deste tema x do autor y n??o funciona no meu blog?” ou “porque ?? que o Blogger est?? a ficar com as fotografias pixelizadas”? N??o sei. N??o fa??o ideia.
Sempre que posso trato dessas vossas quest??es – se me derem condi????es para tal. Mas algumas vezes simplesmente n??o tenho tempo ou cabe??a ou vontade.

3. ?? TRABALHO MOROSO E MUITAS DAS VEZES FRUSTRANTE
?? uma ilus??o pensar que o trabalho flui sempre em linha recta. Acontece algumas vezes, mas em noventa porcento dos casos a coisa n??o se processa assim:
a) O cliente envia os seus requisitos
b) Eu trabalho nisso
c) Envio para aprova????o
d) O cliente aprova ou pede para fazer uma pequena revis??o e/ou altera????o
e) Finito

A realidade ?? muito pior:
a) O cliente envia os seus requisitos
b) H?? uma discuss??o de ideias e conceitos entre mim e o cliente
c) Eu trabalho nisso
d) Envio para aprova????o
e) O cliente pede por uma revis??o e/ou uma altera????o
f) Eu trabalho nisso
g) O cliente pede por outra revis??o e/ou altera????o
h) Eu trabalho nisso
i) O cliente decide que quer seguir um caminho diferente
j) Ficas cansada porque nada previa que o conceito fosse mudado
k) Mas mesmo assim trabalhas nele pela en??sima vez porque j?? come??aste
l) Engoles o orgulho e acabas o projecto at?? o cliente estar satisfeito (mesmo que isso implique mudar uma coisinha m??nima n vezes).

?? assim que acontece na maioria dos casos. O trabalho envolve muita conversa, negocia????o e a contempla????o de atirar o port??til ?? parede e fugires para as Fiji a cada revis??o infinita que tens de fazer.

4. OS PRE??OS MUDAM
O or??amento que apresento normalmente tem, como base, aquilo que a pessoa que quer os meus servi??os me diz. Se a meio do trabalho me decidem pedir a Lua (quando antes n??o a tinham referido) eu vou cobrar de acordo.

5. “SERMOS O NOSSO PR??PRIO CHEFE” ?? UMA TRETA
E ?? uma treta por duas raz??es:
a) Como somos o nosso pr??prio chefe e trabalhamos sozinhos n??o podemos delegar tarefas. Cai-nos tudo em cima e ??s vezes pode ser dif??cil de gerir;
b) ?? uma treta porque ?? (literalmente) uma treta. Ao termos uma pessoa que nos paga por um servi??o essa pessoa acaba sempre por ser a nossa chefe de uma forma qualquer. Portanto fazemos s?? de conta que somos um badass e que n??o temos de prestar contas a ningu??m que n??o n??s quando na verdade n??o ?? bem assim.

6. F??RIAS N??O ?? UMA PALAVRA PROIBIDA
O trabalho acumula e quando pensas que est??s quase a chegar ao fim da pilha de coisas a fazer…aparecem-te mais trinta. E ?? nesta altura em que devemos meter um trav??o. Acreditem: fazer este tipo de trabalho durante largos meses ?? ensandecedor.
?? importante tirarmos uns dias para relaxar de tempos a tempos. Se t??m clientes em espera falem com eles que eles compreender??o.
(Agrade??am-me depois quando n??o estiverem com vontade de atirar o computador ?? parede).

7. HOR??RIOS DE FUNCIONAMENTO S??O REAIS
No in??cio fazia isto todos os dias da semana, durante todas as horas que tinha livres. Era de Segunda a Domingo at?? ??s tantas da madrugada. Isto ?? um ritmo que nem toda a gente consegue aguentar – pelo menos n??o durante muito tempo – e foi isso que me aconteceu. Deixava de ter tempo para as minhas coisas e isso, para mim, n??o ?? aceit??vel. Desde de ent??o que n??o trabalho aos fins-de-semana (nem respondo a e-mails) a n??o ser que seja uma coisa muito urgente. E durante a semana? Bom, velhos h??bitos s??o dif??ceis de matar e continua a ser at?? ??s tantas da madrugada. Mas os fins-de-semana s??o meus!

8. ?? VONTADE N??O ?? ?? VONTADINHA
Se algum cliente vos disser que “est??o ?? vontade, mesmo, para fazerem as altera????es como quiserem” afastem-se do computador, fujam para as montanhas e n??o acreditem.
?? treta.
?? fal??cia.
Noventa e nove v??rgula nove porcento das vezes v??o-se arrepender de terem acreditado nisso.
Quando ainda era nova neste mundo do freelancing acreditava quando me diziam que podia fazer como achava melhor e fazia…para depois ter que mudar tudo de novo porque afinal o ?? vontade n??o era t??o ?? vontade assim.

A verdade ?? que muitas pessoas juram que n??o sabem como querem uma coisa em espec??fico mas quando apresentamos uma sugest??o ?? v??-las a dizer que n??o querem assim, que preferem antes assado com pintinhas douradas, tr??s quartos de p?? de fada, um raio at??mico trinta e dois servido numa bandeja de prata.

Isso ?? chato – sobretudo para quem est?? a fazer o trabalho – porque se arrisca a ter que fazer tudo de novo s?? porque o cliente tem medo de dizer o que quer. N??o tenham. Se querem uma coisa em espec??fico pe??am –  pode resultar ou pode n??o resultar no produto final, mas isso ?? como tudo na vida.

Se disserem logo de in??cio aquilo que pretendem a rela????o com quem vos vai fazer o trabalho ser?? muito mais f??cil e harmoniosa. E livram-se das frustra????es que surgem quando t??m de obrigar a pessoa a fazer tudo de novo. ?? mais f??cil modificar um elemento (ou apag??-lo) que pediram logo de in??cio se n??o estiver de acordo com aquilo que imaginaram a esperarem que vos leiam a mente.
Digam logo tudo o que querem de in??cio. Mas tudo. Incluindo bandejas de prata.