O Ralph Fiennes segura a civiliza????o com pouco mais que o seu bigode e as suas maneiras impec??veis na casa de bonecas singular que ?? esta com??dia tr??gica de Wes Anderson.
Paix??o, luta, dignidade e mist??rio. Estes adjectivos podem ser usados para descrever o her??i da hist??ria – M. Gustave – o concierge vaidoso que est?? encarregue de gerir a recep????o (e todas as outras salas) do The Grand Budapest Hotel. A personagem ?? interpretada por Ralph Fiennes com tamanho cosmopolismo florido que n??s quase que conseguimos ver a nuvem de perfume que anda ?? devida atr??s dele enquanto ele se apressa para chegar ao seu pr??ximo compromisso no quarto de uma vi??va rica.
Na nossa breve estadia no The Grand Budapest Hotel, o realizador Wes Anderson brinda-nos com uma hist??ria deliciosa que ?? diferente de tudo o que j?? experimentamos antes.
A passar-se na ficcional Eastern European Republic of Zubrowka, Anderson cozinha um goulash h??ngaro inimit??vel e mistura a opul??ncia europeia do s??culo XIX com a perversidade dos vil??es de desenhos animados, cenas doidas em pris??es, doces em abund??ncia, romance, intriga e nostalgia. Tudo isto infundido com humor e estilo.
Os filmes mais recentes de Wes Anderson conseguem ser atados de forma primorosa com todos os ingredientes a se misturarem de forma harmoniosa mas nada se compara a The Grand Budapest Hotel, uma mistura cheia de camadas perfeitamente embrulhadas num la??o de pasteleiro impec??vel.
Eu adoraria recitar a minha pr??pria ode ao The Grande Budapest Hotel porque ?? a hist??ria mais politicamente consciente que Anderson alguma vez contou. A sua hist??ria – uma cambalhota tonta que envolve um quadro roubado, v??rios cad??veres, uma fuga da pris??o e bolos – toca nos horrores mais profundos do s??culo XX e termina por reconhecer os seus danos irrepar??veis.
As minhas desculpas ao Willy Wonka e aos seus visitantes que comem at?? o papel de parede, mas esta est??ncia alpina ?? o edif??cio com apar??ncia mais comest??vel do cinema: um castelo cheio de andares, pintado de cor-de-rosa e projectado para suportar a mem??ria do tempo.
Como todas as grandes com??dias absurdas, The Grand Budapest Hotel ?? afinal uma trag??dia onde os risos sinalizam a desgra??a tanto quanto a alegria.
The Grand Budapest Hotel ?? um filme fundamentalmente nost??lgico sobre uma bolha que rebentou h?? muito e que nunca chegou a ser reparada. H?? uma certa beleza, mas a afectuosidade e o humor est??o tingidos por uma tristeza inevit??vel.
Mais uma vez, Wes Anderson conseguiu realizar um filme afectuoso e engra??ado; pode ser mais melanc??lico que a maioria dos seus trabalhos, mas amor agridoce ?? amor na mesma e o The Grand Budapest Hotel vale a pena visitar v??rias vezes.
O momento pode-se perder, mas o filme permanecer?? sempre.
Classifica????o infinito mais um: 8/10
Classifica????o IMDB: 8,1/10
Classifica????o IMDB: 8,1/10
Nancy Wilde diz
e foi a melancolia o que mais adorei neste filme! belo filme e bela review 🙂 Wes Anderson ?? um g??nio do visualmente/emocionalmente enfeiti??ado por grandes peculiaridades… e uma inspira????o ao ponto de eu andar a decorar o meu novo espa??o para que se pare??a com um dos filmes dele eheh.
Maria diz
Eu gostei bastante deste filme, mas ?? mais um caso, em que me lembro de poucos pormenores. No entanto, penso que ?? imposs??vel esquecer a genialidade de Wes Anderson (e da sua equipa tamb??m) no que diz respeito ?? escolha dos cen??rios, banda sonora e guarda-roupa.
Margarida Ribeiro e Silva diz
Ri-me s?? com a primeira frase ahaha bigode power!
Vanda Silva diz
Ainda n??o vi o filme. E tenho pena. Mas n??o posso deixar passar. Deixa-me curiosa 🙂
In??s Silva diz
quem me dera ter o toque de midas em fotografia que ele tem nos filmes! As cores, oh meu deus, que genialidade!