26 anos, 10 lições

E, como quem não quer a coisa, já tenho vinte e seis anos. Eu acho isto um achievement do caraças.

Os vinte cinco vieram e já foram, um quarto de século oficialmente para trás das costas. Este ano, pela primeira vez desde que entrei para a faculdade, não tive planos. Não tinha nenhum sítio onde precisasse de estar (pedi folga 😜) nem nada que me prendesse a um só lugar. Acabei por fazer aquilo que me apeteceu, ir onde quis e celebrar da maneira que me pareceu melhor.

Pintei as unhas. Tive uma aula de condução. Tive dois bolos. Ganhei dois peixinhos dourados. Comi comida boa e não tive de cozinhar nada nesse dia. Tive direito a boa companhia, a um dia como quis e não podia estar mais grata a toda a gente que fez com que fosse incrível.

É de loucos a velocidade com que os anos têm passado, sobretudo desde que acabei o ensino secundário. Apesar de brincar e dizer que ter vinte e seis já significa que estou velhota (sobretudo porque continuo a dizer coisas como “no meu tempo”, “lembro-me há dez anos…”, “se soubesse o que sei hoje”) sei que ainda tenho muitos anos e muitas aventuras pela frente.

No entanto o meu aniversário, tal como o Ano Novo, acaba por ser sempre um período de reflexão e introspecção – sobretudo nas lições aprendidas ao longo dos anos.

#1 NÃO EXISTE “SÓ UM” VÍDEO NO YOUTUBE

O YouTube é ao mesmo tempo a melhor e a pior plataforma de todas. Temos milhões de vídeos disponíveis com um clique mas, o problema começa quando começamos a seguir a lista dos sugeridos. Demasiadas vezes fui sugada para o buraco negro que é o YouTube onde entrei às três da tarde e só sai às duas da manhã a ver documentários sobre meninos-bolha e fetiches sexuais estranhos (#parteestranhadoYoutube).

Foram muitas as horas de trabalho que perdi com esta brincadeira se não me tivesse convencido a ver “só mais um”. Lição aprendida. Youtube sim, mas com cautela.

#2 TUDO TEM UMA SOLUÇÃO

Há uns anos, quando as coisas não corriam como eu esperava ou queria, era o fim do Mundo. É um dos benefícios de ser adolescente, se pensar bem nas coisas.

Agora, como adulta (credo), já consigo relativizar, racionalizar e resolver. Nem sempre o caminho é preto e branco. Há muito cinzento. E mais do que uma resposta ou solução para um problema.

#3 NUNCA SACRIFIQUES OS TEUS VALORES

Eu sei que fui uma das sortudas por ter conseguido crescer no seio de uma família que sempre levou em consideração as minhas opiniões e valores, muitos deles passados por eles, outros desenvolvidos por mim. Mas houve alturas em que esses valores foram postos à prova. E teria sido fácil pô-los de parte de forma a pertencer ao grupo, no entanto não o fiz. Mantive-me firme e deixei as coisas acontecerem a partir dai. Uma coisa que aprendemos é que se as pessoas realmente quiserem ser nossas amigas ou ter-nos nas suas vidas, mesmo que não tenham os mesmos valores ou opiniões que nós, elas respeitam-nos. O resto? O resto é paisagem.

#4 NÃO NOS CABE A NÓS PÔR TODAS AS PESSOAS DO MUNDO CONFORTÁVEIS

Num livro chamado Girl, Wash Your Face, a autora Rachel Hollis debate a ideia que as mulheres tendem a se fazer parecer mais pequenas de forma a tornarem toda a gente mais confortável acabando por minimizar as suas vitórias.

Não nos cabe a nós fazer toda a gente confortável sobretudo se isso implicar minimizar as nossas vitórias. No fim de contas, as pessoas vão sempre achar mal aquilo que elas não compreendem e isso é problema delas, não meu.

#5 FAZ CONTAS COM MAIS 15 MINUTOS DO QUE AQUELES QUE *ACHAS* QUE PRECISAS

Eu acho que sou relativamente boa na gestão do tempo… às vezes. Uma das lições mais úteis e práticas que aprendi nos últimos vinte e cinco anos é que, no que toca a tempo, devemos sempre planear para contratempos. Seja atrasos no trânsito, uma vontade incrível de fazer chichi que não prevemos… seja o que for. Adicionem, no mínimo, quinze minutos ao tempo que acham que precisam, e tudo correrá bem!

#6 NALGUMA ALTURA DA TUA VIDA, VÃO-TE FAZER SENTIR DEMASIADO PEQUENA, DEMASIADO GRANDE OU NÃO O SUFICIENTE

Um dia podes estar só a andar, a fazer a tua própria coisa, a ser o teu eu incrível e, de repente, dás de caras com uma capa de revista que te faz pensar nos abdominais que não tens. Ou vês uma fotografia nas redes sociais que te faz pensar na pele que tens que teimas que não é perfeita. Podemos começar a pensar que não somos magros o suficiente, talentosos o suficiente, etc.

Isto são tudo mentiras. Não há nada perfeito. Desliguem as vozes, evitem comparações exageradas e lembra-te sempre de quem és.

#8 NÃO HÁ MAL NENHUM EM ENGORDAR

Quatro anos de Universidade e dez quilos depois, tenho algum peso extra na minha pessoa e não me importo nada. Tem sido uma adaptação porque a imagem que tinha de mim é completamente diferente da que tenho agora, mas estou a aprender a gostar do meu corpo, pneuzinhos e tudo!

#9 A BONDADE É GRATUITA

A bondade e a consideração pelos outros devia estar gravada em nós como o alfabeto. É importante estarmos sempre conscientes de como os outros à nossa volta de se sentem (e não, isto não entra em conflito com o #4).

Um elogio pode tornar o dia de alguém muito melhor. Considerar o stress que alguém está a passar pode prevenir quebras. É de borla sermos bondosos uns para os outros e tem mais impacto do que podemos pensar. A importância da bondade é uma das lições mais simples mas também a mais importante que aprendi nos últimos vinte e cinco anos.

#10 SÊ SEMPRE GRATO COM AQUILO QUE TENS

Temos de ser sempre gratos por aquilo que temos. Existem muitas pessoas que dariam braços e pernas para terem as vidas que vivemos neste momento. No fim do dia, temos a nossa saúde, a nossa família, uma casa. A vida pode não ser sempre perfeita, mas temos muito pelo qual agradecer.

Os vinte e seis estão aqui. Bateram à porta, fizeram-se de casa. Está na altura de continuar a minha vigésima sexta viagem em torno do sol. Estou pronta.